A “MÁ VONTADE ANTROPOLÓGICA” E AS COTAS PARA NEGROS NAS UNIVERSIDADES (OU USOS E ABUSOS DA ANTROPOLOGIA NA PESQUISA EDUCACIONAL II: QUANDO OS ANTROPÓLOGOS DESAPRENDEM)

  • Ana Lúcia E. F. Valente

Resumo

Procura-se discutir a participação de antropólogos no debate sobre as cotas para negros nas universidades. Toma-se como ponto de partida o posicionamento da Comissão de Relações Étnicas e Raciais (CRER), da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), em maio de 2004, externando a “preocupação” quanto à
forma como o sistema de cotas estaria, na prática, sendo implementado na Universidade de Brasília (UnB). Do mesmo modo, são feitas referências a manifestações de pesquisadores sobre a questão, agrupadas na Revista Horizontes Antropológicos em 2005, que alimentam posturas contrárias à adoção dessa política de ação afirmativa no ensino superior. Argumenta-se que há incoerências nesses posicionamentos, capazes de negar compromissos da antropologia e que fazem ouvidos moucos ao alerta weberiano, que convida à cautela de separar as dimensões política e científica nas reflexões acadêmicas. No limite, essa “má vontade antropológica” coloca-se na contramão de estudos realizados na interface com a educação e não reconhece os negros como sujeitos da história, protagonistas dessa opção e por ela responsáveis.

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Biografia do Autor

Ana Lúcia E. F. Valente

Professora Associada e
Pesquisadora da Universidade de
Brasília

Publicado
2016-11-11
Como Citar
Valente, A. L. E. F. (2016). A “MÁ VONTADE ANTROPOLÓGICA” E AS COTAS PARA NEGROS NAS UNIVERSIDADES (OU USOS E ABUSOS DA ANTROPOLOGIA NA PESQUISA EDUCACIONAL II: QUANDO OS ANTROPÓLOGOS DESAPRENDEM). InterMeio: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Educação - UFMS, 12(24). Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/intm/article/view/2557