Jogo como recurso de aprendizagem no processo de desenvolvimento da linguagem de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento que compromete habilidades de comunicação, interação social, emoções, motricidade e sensações, que interferem majoritariamente no desenvolvimento sociocomunicativo. De modo a amenizar disfunções negativas provenientes desses déficits, é imprescindível a intervenção precoce. Os jogos com sua proposta lúdica e motivadora por meio da interação e de suas atividades estruturadas podem estimular a mudança de comportamento e favorecer a aprendizagem com foco no desenvolvimento da criança. Assim, este artigo visa propor boas práticas acerca do jogo para o desenvolvimento da linguagem de crianças com TEA. A pesquisa é interpretativista, acompanhada da visão autopoiética de Maturana e Varela, com uma abordagem qualitativa. Optou-se pelo estudo de caso porque permite coletar dados do ambiente que capturam o significado do contexto em que ocorre a questão da pesquisa. O questionário foi o instrumento utilizado para realizar a coleta de dados junto aos vinte e seis professores de Escolas das Redes Municipais de Ensino e aos quatorze profissionais especializados em TEA. Os resultados sugerem um conjunto de recomendações: Utilizar jogos que desenvolvam a linguagem; Escolher jogos que respeitem as etapas do desenvolvimento infantil; Incluir interesses da criança; Consultar o documento de avaliação do desenvolvimento da criança e, Perceber a interação e a comunicação da criança.
Downloads
Referências
ALLEN, Doris; RAPIN, Isabelle. Autistic children are also dysphasic. In: NARUSE, Hiroshi; ORNITZ, Edward (Ed.). Neurobiology of Autism. Burlington, MA: Elsevier Science Publishers, 1993.
ASPERGER, Hans. Autistic psychopathy in childhood. In: FRITH, Uta (Ed.). Autism and Asperger Syndrome. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais - DSM V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BELLOTTI, Francesco; BERTA, Riccardo; GLORIA, Alessandro de. Designing effective serious games: Opportunities and challenges for research. International Journal of Emerging Technologies in Learning, v. 5, n. 2, p. 22–35. 2010.. Disponível em https://www.online-journals.org/index.php/i-jet/article/view/1500/1587. Acesso em 12 dez. 2021
BOGDASHINA, Olga. Communication issues in autism and asperger syndrome: do we speak the same language? London: Jessica Kingsley Publishers, 2005.
BONDY, Andy; FROST, Lori. The picture exchange communication system. Focus on Autistic Behavior, v. 9, p. 1–19, 1994.
BREUER, Johannes; Bente, Gary. Why so serious? On the relation of serious games and learning. Journal for Computer Game Culture, v. 4, n. 1, p. 7–24, 2010. Disponível em https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-00692052/document. Acesso em: 20 abr. 2021.
BURRELL, Gibson; MORGAN, Gareth. Sociological Paradigms and Organizational Analysis. London: Routledge, 1979.
CARR, Edward Gary; DURAND, Vincent Mark. The social-communicative basis of severe behavior problems in children. In: REISS, Steven; BOOTZIN, Richard Ronald (Ed.). Theoretical Issues in Behavior Therapy. New York: Academy Press, 1985.
COOPER, John; HERON, Timothy Edward; HEWARD William Lee. Applied behavior analysis. 2. ed. Upper Saddle River, NJ: Pearson/Merrill-Prentice Hall, 2007.
CRESWELL, John Ward. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 25-47.
CSIKSZENTMIHALY, Mihaly. Flow: the psychology of optimal experience. New York: Harper & Row, 1990.
DOMÍNGUEZ, Adrián et al. Gamifying learning experiences: practical implications and outcomes. Computers & Education, v. 63, p. 380-392, 2013.
GREENSPAN, Stanley L.; WIEDER, Serena. Engaging autism: using the floortime approach to help children relate, communicate, and think New York: Da Capo Lifelong Books, 2009
GRESHAM, Frank Maynard. Análise do comportamento aplicada às habilidades sociais. In: DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira; DEL PRETTE, Almir (Org.). Psicologia das Habilidades Sociais: diversidade Teórica e suas implicações. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. p. 17-56.
HUMPHREY, Nicholas. Including pupils with autistic spectrum disorders in mainstream schools. Support for learning, v.23, n. 1, p. 41-47, 2008.
HATCH, Mary Jo.; YANOW, Dvora. Organization theory as an interpretative science. In:
KNUDSEN, Christian; TSOUKAS, Haridimos. (Ed.). The Oxford handbook of
organization theory. Oxford: Oxford University Press, 2003. Chapter 2. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/315717376_Organization_Theory_as_an_Interpretive_Science. Acesso em: 04 jun. 2021.
KANNER, Leo. Autistic disturbances of affective contact. New Child, v.2, p. 217-250, 1943. Disponível em: http://mail.neurodiversity.com/library_kanner_1943.pdf. Acesso em: 12 dez. 2021.
KAPP, Karl M. The gamification of learning and instruction: game-based methods and strategies for training and education. San Francisco, CA: Pfeiffer, 2012.
LIU, Yu.; WANG, Jihong. PACS and digital medicine: essential principles and modern practice. [S.l.]: CRC Press, 2011.
MARIN, Heimar de Fátima. Sistemas de informação em saúde: considerações gerais. Journal of Health Informatics, v. 2, n. 1., p. 20-24, jan./mar. 2010.
MATURANA, Humberto. Cognição, ciência e vida cotidiana. Organização e Tradução Cristina Magro; Victor Paredes. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. 3ª Reimpr. 2002.
MATURANA, Humberto; PÖRKSEN, Bernhard. Del Ser al Hacer: Los orígenes de la Biología del Conocer. Santiago: JC SÁEZ, 2004.
MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco Garcia. A árvore do conhecimento: as bases epistemológicas do entendimento humano. Campinas: Editorial Psy II, 1995.
MATURANA, Humberto; VERDEN-ZOLLER, Gerda. Conversações matrísticas e patriarcais. In: MATURANA, Humberto; VERDEN-ZOLLER, Gerda. Amar e brincar: fundamentos esquecidos do humano. São Paulo: Palas Athenas Editora, 2009.
MCGONIGAL, Jane. A realidade em jogo. Rio de Janeiro: Editora Best Seller, 2017.
MERRIAM, Sharan B. Qualitative research: a guide to design and implementation. San Francisco: Jossey-Bass/Wiley, 2009.
MESIBOV, Gary. A comprehensive program for serving people with autism and their families: the TEACCH Model. In: MATSON, Johnny Lee. (Ed.). Autism in Children and Adults: etiology, assessment, and intervention. Pacific Grove, CA: Brooks Cole, 1992.
MILDNER, Philip; MUELLER, Floyd. Design of Serious Games. In: DÖRNER, Ralf et al. Serious Games Foundations, Concepts and Practice. Mannheim: Springer, 2016. p. 57-82.
MOREIRA, Márcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto de. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
NETTO, Marinilse. Aprendizagem na EAD, mundo digital e gamification. In: Gamification na educação. São Paulo: Pimenta, 2014.
ORLIKOWSKI, Wanda.; BAROUDI, Jack J. Studying information technology in
organizations: research approaches and assumptions. New York: Center for Research on
Information Systems, 1990. Disponível em: https://archive.nyu.edu/bitstream/2451/14404/1/IS-90-04.pdf. Acesso em 04 jun. 2021.
PRENSKY, Mark. Aprendizagem baseada em jogos digitais. São Paulo: Senac, 2012.
ROSE, Júlio César Coelho de. O que é comportamento? In: BANACO, Roberto Alves (Org.). Comportamento e Cognição: aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. Santo André, SP: ESETec Editores Associados, 2001. p. 79-81.
SACHET, Zenaide. Tudo é dito por um observador: da autopoiesis dos seres vivos a imersão humana na linguagem. 2008. 163 f. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/279250. Acesso em 12 dez. 2021.
SCHMIDT, Carlo. Autismo, Educação e transdisciplinaridade. In: SCHMIDT, Carlo (Org). Autismo, educação e transdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus, 2015.
SKINNER, Burrhus Frederic. O comportamento verbal. São Paulo: Cultrix, 1957.
SOUZA, Luis Eugenio Portela Fernandes de. Saúde, desenvolvimento e inovação: uma contribuição da teoria crítica da tecnologia ao debate. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 32, Sup 2, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/Bf6G7dKpKDKhNV9NsgPML9z/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 jun. 2021.
TODOROV, João Claudio. Sobre uma definição de comportamento. Revista Perspectivas em Análise do Comportamento, v. 3, p. 32-37, 2017.
TURNER, Lauren Mcleod et al. Follow-up of children with autism spectrum disorders from age 2 to age 9. Autism, v. 10, n. 3, p. 243-65, 2006.
ZICHERMANN, Gabe, CUNNINGHAM, Christopher. Gamification by Design: implementing game mechanics in Web and Mobile Apps. Sebastopol, CA: O’Reilly Media, 2011.
Copyright (c) 2023 Perspectivas em Diálogo: Revista de Educação e Sociedade
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.