Discussões sobre subalternidade e colonialidade em livro didático de história: povos indígenas em foco

  • Jackson James Debona Escola Municipal Laudemira Coutinho de Melo- SEMED
Palavras-chave: Livro Didático, Indígena, Ensino de História, Colonialidades.

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a análise de livros didáticos de História do Ensino Fundamental – Anos Finais – no que concerne à observância de recorrência de textos permeados por uma escrita subalternizante sobre os Povos Indígenas brasileiros. Desse modo, com base em estudos que discutem os conceitos de colonização, descolonização e subalternidade (HENRIQUES 2015, MEMMI 1997, SANTOS 2007), na literatura ligada aos estudos sobre livro didáticos de história no Brasil e em Mato Grosso do Sul (DEBONA, 2015) e legislação educacional brasileira (Lei 11.645/2008, Art. 26-A), procedemos a seleção e análise de duas coleções de livros didáticos aprovadas no Programa Nacional do Livro Didático, triênio de 2011, que circularam pelas escolas estaduais de Mato Grosso do Sul do Ensino Fundamental - Séries Finais: Projeto Araribá História e a coleção História sociedade & cidadania- nova edição. Foram analisados os exemplares que compõe a coleção, no esforço de mapear a recorrência do temário Povos Indígenas, observando suas formas de representação no conteúdo, o lugar que ocupam na história Nacional, registros de sua influência cultural e outros aspectos. Percebemos a ausência da abordagem a partir da cultura indígena, o que nega os como pertencentes à História da sociedade civil, apontando sua presença, mas não a efetivação de discussões sobre o tema no campo do ensino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jackson James Debona, Escola Municipal Laudemira Coutinho de Melo- SEMED
Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. Especialista em Metodologia do ensino de História e Geografia. Graduado em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS e Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Palmas. Professor Tutor no Curso de Ciências Sociais UEMS; Professor no Ensino Fundamental – Anos Finais, da rede Municipal de Educação de Dourados-MS

Referências

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Livros didáticos entre textos e imagens, in: O saber histórico na sala de aula. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394/96, de 20 de Dezembro de 1996). Brasília: MEC, 1996, p. 114.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008). Brasília: MEC. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acessado em 20 de setembro de 2017.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. (Lei n. 10.639, de 09 de janeiro de 2003). Brasília: MEC. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.639.htm. Acessado em 24 de março de 2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Guia de livros didáticos: PNLD 2011. Brasília: MEC, 2010.

CHESNEAUX, Jean. Devemos fazer tabula rasa do passado? Sobre a História e os historiadores. São Paulo: Ática, 1995.

DEBONA, Jackson James. Entre o Regional e o Nacional: Mato Grosso do Sul nos livros didáticos de História –PNLD 2011. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Programa de Pós-Graduação em História, Cuiabá, 2015.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. 1. ed; 2. reimp. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

HENRIQUES, Isabel Castro. Colonialismo e História. Working Paper CEsA disponíveis em htt://pascal.iseg.utl.pt/~cesa/index.php/menupublicacoes/working-papers. 2015, p. 1-31.

MEDEIROS, Daniel Hortêncio de. A Formação da Consciência Histórica Como Objetivo do ensino de História no Ensino Médio: O Lugar do Material Didático. Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2005.

MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In. LANDER, E. (Org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

SAID, Edward W. Orientalismo. O Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 2007.

SANTOS, Boaventura de Souza. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos Estudos. N. 79, novembro de 2007.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.

WALCH, Catherine. Interculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento “outro” desde la diferencia colonial. In. CASTRO-GÓMEZ, S.;

GROSFOGUEL, R. (Editores). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporâneos y Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.

Publicado
2019-06-30
Como Citar
Debona, J. J. (2019). Discussões sobre subalternidade e colonialidade em livro didático de história: povos indígenas em foco. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 6(11), 233-254. Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/persdia/article/view/7065
Seção
Artigos de demanda contínua