Interseccionalidade e mulheres com deficiência física: enfrentando o preconceito duplo
Abstract
A inclusão contribui para a criação de um ambiente mais diverso e igualitário. Isso reflete valores de respeito, valorização das diferenças e combate à discriminação. Tendo em vista que o processo da deficiência gera sentimentos, emoções e implicações psicossociais, a presente pesquisa teve como objetivo compreender os impactos dos aspectos contextuais e culturais nas trajetórias de vida e na subjetividade de mulheres com deficiência física congênita ou adquirida na primeira infância. A investigação tem natureza qualitativa, tipo exploratório e se operacionaliza pela utilização de entrevistas semiestruturadas, analisadas pela Análise de Conteúdo. As participantes nos auxiliaram na construção de nossas categorias analíticas: i) Preconceito e interseccionalidade: narrativas da inclusão e exclusão de mulheres com deficiência; ii) Gênero e deficiência: interseções e perspectivas; iii) Acessibilidade no trabalho: (re)significações entre inserção, inclusão na busca do reconhecimento profissional; e iv) Acessibilidade escolar: construções e percalços nas vivências da deficiência. A deficiência se insere como um fator marcante na vida dessas pessoas, levando em consideração sentimentos, emoções, angústias, sofrimentos, e em contrapartida, reconhecimento, pertencimento e (re)significações face a própria deficiência. O fator gênero, propiciou fatores capacitistas, frente ao trabalho, lazer, escola e coletividade. O trabalho foi vivenciado como um motor de pertencimento subjetivo e social.
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