Discurso de interdição do corpo não heterossexual: “República dos Assassinos” como forma de dispositivos de lutas e resistências

Resumen

A obra em análise contempla o estudo da visibilidade da transgeneridade no que tange a seus aspectos de interdição e lutas no espectro das microfísicas de saber-poder e de resistência no período da ditadura militar no Brasil e na contemporaneidade pelas resistências ao poder hegemônico da heterossexualidade e da interdição de um estilo de vida não binário.  As tensões das desigualdades de gênero desde a época em que se esboça a obra “República dos Assassinos”, como paradigma para o discurso junto a outros autores como Butler, Foucault e associações e instituições de proteção a vida humana  fazem surgir movimentos sociais de enfrentamento as desigualdades, tais como: atuação de órgãos judiciários contra a interdição e o aparecimento na mídia de pessoas com identidade de gênero diversa do heteropatriarcalismo histórico dominante em buscar seus espaços, mesmo que heterotópicos. São sujeitos que possuem a liberdade de serem quem são, mesmo diante de um cenário de estarmos inseridos no país que mais mata pessoas trans no mundo conforme a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). O objetivo do trabalho é mostrar que as interdições de gênero contemplam aspectos de dependência e de ausência da liberdade do sujeito em si pelas diversas formas de interdição do passado que permanece no presente, em que ao não poder ser quem é dentro de instituições pautadas pela heteronormatividade imposta institucionalizada, opta pelo desmantelamento dos direitos à vida das minorias e que, embora esteja vinculada ao período da ditadura, mostra sua realidade no tempo atual.