Sophrosyne: O Equilíbrio Sofocliano como Ideal de Formação

  • José Joaquim Pereira Melo
  • Renan Willian Fernandes Gomes
  • João Paulo Pereira Coelho

Resumo

Este trabalho tem por objetivo proceder a uma reflexão sobre o fenômeno formativo em Sófocles, particularmente em sua peça Antígona. Embora o fim último do espetáculo cênico ser, para o dramatista, o entretenimento do público, é possível encontrar no enredo sofocliano uma comunicação indireta com acontecimentos sócio-políticos que se desenrolavam quando da produção da peça em apreço. Esses acontecimentos dizem respeito à mudanças de pensamento concernentes ao embate mito versus racionalidade, que coexistiram na Grécia Antiga entre os séculos V-IV. A partir dessa constatação, infere-se que o fenômeno formativo pode se manifestar de maneira complexa, não sistematizada, como atesta a diegese de Sófocles, em que um novo perfil de homem para sua sociedade era pensado; um homem virtuoso e equilibrado que tinha no ideal de sophrosyne o seu objetivo maior de formação.

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Biografia do Autor

José Joaquim Pereira Melo

Departamento de Fundamentos da Educação. Pós-doutor em História e Sociedade e Professor Associado do Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Maringá.

Renan Willian Fernandes Gomes

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Maringá.

João Paulo Pereira Coelho

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Estadual de Maringá Professor universitário na área de História da Educação FANP/FAAST.

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Publicado
2016-11-01
Como Citar
Melo, J. J. P., Gomes, R. W. F., & Coelho, J. P. P. (2016). Sophrosyne: O Equilíbrio Sofocliano como Ideal de Formação. InterMeio: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Educação - UFMS, 18(35). Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/intm/article/view/2380