"Professor, você já reparou que ele é branco?"
Reflexões sobre Branquitude e Educação Matemática
Resumo
Este texto tem como objetivo apresentar reflexões teórico-conceituais sobre as relações entre a matemática e a branquitude. Parte-se de estudos sobre a branquitude para evidenciar como a matemática participa da produção de um padrão que coloca homens brancos como sujeitos produtores do conhecimento, considerando, em geral, os não brancos como objetos de pesquisa. Procura-se, também, expressar a matemática como uma das formas de poder da branquitude, como ideário e discurso pelos quais se produzem privilégios materiais, simbólicos e subjetivos na produção de conhecimento. Toma-se, por fim, a Etnomatemática como possível caminho para a inserção da luta antirracista em Educação Matemática, no enfrentamento de estruturas sociais e institucionais racistas, e para um exercício crítico da branquitude.
Referências
BENTO, Cida. O Pacto da Branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
CARDOSO, Lourenço. Branquitude acrítica e crítica: A supremacia racial e o branco anti-racista. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, v. 18, n. 1, p. 607-630, 2010. Disponível em:
D’AMBROSIO, Ubiratan. Uma história concisa da matemática no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2008.
D’AMBROSIO, Ubiratan. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 99-120, jan./abr. 2005. DOI:
FERNANDES, Filipe Santos. Matemática e colonialidade, lados obscuros da modernidade: giros decoloniais pela Educação Matemática. Ciência & Educação, v. 27, p. e21065, 2021. DOI:
GADIOLI, Monique Ferreira; MÜLLER, Tânia Mara Pedroso. Branquitude e Cotidiano Escolar. In: MÜLLER, Tânia Mara Pedroso; CARDOSO, Lourenço (Orgs.). Branquitude: Estudos sobre a Identidade Branca no Brasil [Kindle Android Version]. Curitiba: Appris Editora, 2017.
GIRALDO, Victor; MATOS, Diego; QUINTANEIRO, Wellerson. A Construção de Subjetividades Profissionais na Formação Inicial de Professores de Matemática(s): Afirmando Posições Decoloniais contra Discursos de Subalternização da Profissão Docente. Perspectivas da Educação Matemática, Campo Grande, v. 14, n. 34, p. 1-27, 2021. DOI:
JESUS, Camila Moreira de. A Persistência do Privilégio da Brancura: notas sobre os desafios na construção da luta antirracista. In: MÜLLER, Tânia Mara Pedroso; CARDOSO, Lourenço (Orgs.). Branquitude: Estudos sobre a Identidade Branca no Brasil [Kindle Android Version]. Curitiba: Appris Editora, 2017.
JOSEPH, George Ghevarughese. Foundations of Eurocentrism in Mathematics. Race & Class, v. 28, n. 3, p. 13-28, 1987.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LIZCANO, Emmanuel. Las matemáticas de la tribu europea: un estudio de caso. Disponível em:
MARTIN, Danny Bernard. Race, Racial Projects, and Mathematics Education. Journal for Research in Mathematics Education, v. 44, n. 1, p. 316-333, jan. 2013. Disponível em:
MOREIRA, Camila. Branquitude é branquidade? Uma revisão teórica da aplicação dos termos no cenário brasileiro. Revista da ABPN, v. 6, n. 13, p. 73-87, 2014. Disponível em:
MÜLLER, Tânia Mara Pedroso; CARDOSO, Lourenço. Apresentação. In: MÜLLER, Tânia Mara Pedroso; CARDOSO, Lourenço (Orgs.). Branquitude: Estudos sobre a Identidade Branca no Brasil [Kindle Android Version]. Curitiba: Appris Editora, 2017.
PINTO, Ellen de Cássia; FERNANDES, Filipe Santos. A escravidão como um etno para matemáticas no Brasil: a população negra feminina frente à pandemia do novo coronavírus. Revista Latinoamericana de Etnomatemática, v. 13, n. 1, p. 67-85, 2020. Disponível em:
SILVA, P. E. O Conceito de Branquitude: Reflexões para o Campo de Estudo. In: MÜLLER, Tânia Mara Pedroso; CARDOSO, Lourenço (Orgs.). Branquitude: Estudos sobre a Identidade Branca no Brasil [Kindle Android Version]. Curitiba: Appris Editora, 2017.
Copyright (c) 2025 Perspectivas da Educação Matemática

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.