O currículo por projetos na dialética de Michel Foucault: desmistificando mecanismos de controle nos espaços escolares

Resumo

Evidenciamos neste artigo a essencialidade da prática de projetos como forma de propor novas conjecturas de repensar o currículo e os espaços educativos no contexto escolar, desmistificando evidências correlacionadas a quatro mecanismos de controle referenciados na obra de Foucault (1975) - “Vigiar e Punir”, delineando novas concepções de ensino para o sujeito em desenvolvimento. Enaltecemos contrapontos em relação a esses mecanismos intrínsecos a um modelo de currículo tradicional, que segue e parametriza reflexos de práticas educativas que docilizam corpos - Foucault (1984). Em síntese, aportamos uma pesquisa qualitativa, de ordem bibliográfica com analogias reflexivas a um artigo científico, mediante levantamento da literatura -Google Acadêmico, consubstanciando autores como Freire (2007), Santos (2002), Hernández (1998) e Silva (2005), reverberando discussões assertivas  sobre o método com projetos, com conjecturas de se pensar uma educação  libertadora em um novo protótipo de sociedade, que eleve o sujeito em construção, não ao patamar de um soldado que segue em marcha, que controla ou é controlado por seu meio – “panóptico educativo”, mas, de um indivíduo que se projeta em seus espaços e transpassa o “quadriculamento pedagógico”, conduzindo-se por uma visão de currículo conectado com novas projeções sociais. Delineamos nos moldes conclusivos, tratativas da “caixa de ferramentas” na perspectiva de Foucault, enunciada mediante a essencialidade de se pensar o fazer docente para com o modelo de sociedade democrática, que investiga sua identidade em prol de mecanismos viabilizados por novas concepções históricas de um mundo humanizado, em construção.

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Biografia do Autor

Cristina Almeida Silva, Universidade Metropolitana de Santos - (Unimes)

Mestranda em Práticas Docentes no Ensino Fundamental pela Universidade Metropolitana de Santos - (Unimes). Professora do Ensino Fundamental - Anos Iniciais.

Mariangela Camba, Universidade Metropolitana de Santos - (Unimes)

Doutora em Educação (Políticas de Avaliação) pela Universidade de Campinas. Professora na Graduação e pós-graduação lato sensu a distância e Docente do Programa de Mestrado Profissional: Práticas Docentes no Ensino Fundamental – Universidade Metropolitana de Santos - (Unimes).

Referências

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. MACHADO, Renato (Org.). Trad. Renato Machado. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: História da violência nas prisões: 20. ed. Editora Vozes, 1975.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 12ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

OLIVEIRA, Jane. Conhecimento, currículo e poder: um diálogo com Michel Foucault. Espaço Pedagógico, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 390-405, jul/dez 2016. Disponível em: www.upf.br/seer/index.php/rep Acesso em: 28 maio 2022.

HERNÁNDEZ, Fernando e Montserrat Ventura. A organização do currículo por projetos de trabalho. 5ª Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

POL-DROIT, Roger. Entrevistas com Michel Foucault. Buenos Aires: Paidós, 2008.

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SILVA, Tomaz. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª Edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

Publicado
2022-11-11
Como Citar
Almeida Silva, C., & Camba, M. (2022). O currículo por projetos na dialética de Michel Foucault: desmistificando mecanismos de controle nos espaços escolares. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 9(21), 127-139. https://doi.org/10.55028/pdres.v9i21.15898