Campesinato, movimentos sociais populares e a construção da hegemonia: contribuições do pensamento de Gramsci
Resumo
Este artigo tem por objetivo compreender o lugar do campesinato no processo revolucionário, tomando como reflexão o protagonismo dos movimentos sociais populares no contexto brasileiro. Para tanto, o pensamento filosófico, social, político-econômico e militante de Antônio Gramsci é essencial para refletirmos e analisarmos acerca das tarefas políticas e educativas da classe trabalhadora para a construção de outra hegemonia, de homens e mulheres de novo tipo, que configure na superação do capitalismo e consequente fim da exploração humana e de classe. Tais tarefas, como possibilidade histórica real, envolvem, no pensamento gramsciano, aspectos tais como a elevação da consciência crítica das massas populares, o papel dos intelectuais orgânicos e do partido. Apesar de considerar o protagonismo operário na condução do processo revolucionário, em condições historicamente situadas e determinadas (a Itália e a Europa no início do século XX), Gramsci não se abstém de analisar a condição do/da camponês/a no contexto italiano, deixando uma importante contribuição para o atual tempo histórico. Trata-se de um trabalho de cunho teórico e qualitativo, que busca traçar aspectos do pensamento de Gramsci e atualizá-los para a realidade brasileira, utilizando também de outros autores do campo marxista. Em um momento de emergência do discurso conservador e fascista, faz-se necessário recuperar os pressupostos revolucionários, a causalidade histórica, que culmine efetivamente na construção da hegemonia do conjunto da classe trabalhadora
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