Masculinidade e sexualidade hegemônica através de grafitos em uma ambiência escolar

  • Adriano Rogério Cardoso UEMS-Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul-Paranaíba-MS
  • Tânia Regina Zimmermann UEMS-Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
Palavras-chave: Masculinidade. Sexualidade hegemônica. Grafitos. Escola. Adolescentes.

Resumo

Este artigo objetiva refletir sobre as representações da masculinidade e da sexualidade hegemônica em grafitos produzidos por adolescentes em uma Escola Estadual da cidade de Pontalinda, SP entre os anos de 2018 e 2019.  Buscou-se identificar e analisar nas imagens a construção de masculinidades hegemônicas, subjetividades, bem como, estigmas e preconceitos de gênero. Em relação a metodologia optamos por uma pesquisa descritiva-exploratória, de cunho qualitativo, no qual utilizaremos elementos da Análise Crítica do Discurso, pois permite examinarmos aspectos socioculturais e linguísticos. Os resultados apontam a carência de pesquisas, a existência crescente de preconceitos de gênero e de sexualidades nas escolas. Advogamos a necessidade de problematizar questões de gênero e sexualidades nos discursos das políticas curriculares e nos processos de formação de educadores(as). Medra-se a possibilidade de uma reflexão, de (des)construção de preconceitos e de estereótipos generificados permitindo a formação de cidadãos críticos e conscientes em suas subjetividades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriano Rogério Cardoso, UEMS-Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul-Paranaíba-MS

Mestrando em Educação na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul- Paranaíba-MS.

Tânia Regina Zimmermann, UEMS-Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
Professora Doutora em História e docente do Mestrado em Educação da UEMS- Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul

Referências

AUAD, Daniela. Educar Meninas e Meninos relações de gênero na escola. São Paulo: Editora Contexto, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Pluralidade Cultural- orientação sexual. Brasília: MEC, 2001.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BUTLER, Judith. Dar cuenta de si mismo: violencia ética y responsabilidad. Buenos Aires: Mutaciones, 2009.

CONNEL, Robert W. Políticas da Masculinidade. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 20, n. 2. jul/dez., p. 185-206, 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/71725/40671 . Acesso em: 21 maio 2019.

COSTA, Ana; BONFIM, Flavia. Um passo sobre o que está acontecendo na psicanálise: primazia, querela, significante e objeto. Ágora (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 229-245, dez., 2014.

FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e Mudança Social. 2 ed. Brasília: Editora UNB. 2016

FAIRCLOUGH, Norman. Language and power. London: Longman, 1989.

FAIRCLOUGH, Norman; WODAK, Ruth. Análisis crítico del discurso. In: VAN DIJK, Teun Adrianus. El discurso como interacción social. Estudios sobre el discurso II: una introcucción multidisciplinaria. Barcelona, Espanha: Gedisa, 2000, p. 367-404.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2.ed. Revista e aumentada. 38. impressão. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1986.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do Saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade 1: A vontade de saber. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade 2: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro, Graal, 1990.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 3: o cuidado de si. 9. ed. São Paulo: Graal, 2007.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: DREYFUS, Humberto L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma Trajetória Filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 42.ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Vol. 5. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2002.

GREGORI, Maria Filomena; DÍAZ-BENÍTEZ, Maria Elvira. Apresentação. Cadernos Pagu, n. 38, p. 7-12, jan./jun., 2012. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/issue/view/1122 Acesso em: 28 ago. 2019.

GROSSI, Miriam Pilar. 75 Masculinidades: Uma Revisão Teórica , Antropologia em Primeira Mão, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/UFSC, n. 1 (1995) Florianópolis, 2004.

LANZ, Letícia. Por que tenho medo de lhe dizer quem sou. In.: RIBEIRO, Paula Regina Costa; MAGALHÃES, Joanalira Corpes; SEFFNER, Fernando; VILAÇA, Teresa.(Orgs). Corpo, gênero e sexualidade: resistência e ocupa(ações) nos espaços de educação. - Rio Grande: Ed. da FURG, 2018, p. 49-67.

LIMA, Danillo Mota; COUTO, Edvaldo Souza. Pedagogias de masculinidades e estéticas monstras no Scruff. In.: RIBEIRO, Paula Regina Costa; MAGALHÃES, Joanalira Corpes; SEFFNER, Fernando; VILAÇA, Teresa. (Orgs). Corpo, gênero e sexualidade: resistência e ocupa(ações) nos espaços de educação. - Rio Grande: Ed. da FURG, 2018, p. 125-138.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 6.ed. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1997.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho. 3.ed. ver. amp. Argos, Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.

MINAYO, Maria Cecilia de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2010.

FURLIN, Neiva. Sujeito e agência no pensamento de Judith Butler: contribuições para a teoria social. Soc. e Cult., Goiânia, v. 16, n. 2, p. 395-403, jul./dez. 2013.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Gênero, sexualidade e heterotopia: entre esgotamentos e possibilidades nos currículos. In.: RIBEIRO, Paula Regina Costa; MAGALHÃES, Joanalira Corpes; SEFFNER, Fernando; VILAÇA, Teresa. (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: resistência e ocupa(ações) nos espaços de educação. - Rio Grande: Ed. da FURG, 2018, p. 7-27.

SEFFNER, Fernando. Sexualidade: isso é mesmo matéria escolar. Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 17, n. 2, p. 67-81, mai./ago. 2014.

SEFFNER, Fernando. Um bocado de sexo, pouco giz, quase nada de apagador e muitas provas: cenas escolares envolvendo questões de gênero e sexualidade. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 19, n. 2, 336, p.561-572, maio/ago. 2011.

VAN DIJK, Teun Adrianus. Discurso e Poder. Judith Hoffnagel, Karina Falcone, organização. – 2. ed., 3ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2017.

VILELA, Gabriela Jaqueline Domingues. Um Estudo sobre representações de sexualidade e atitudes sexuais de adolescentes de uma Escola Pública: análise-descritiva de grafitos em carteiras escolares. 2017. 179fs. Dissertação (Mestrado em Educação Sexual) – Universidade Estadual de São Paulo, Araraquara, 2017.

WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 460-482, jul./dez., 2001. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=38109208. Acesso em: 15 fev. 2019.

Publicado
2020-03-23
Como Citar
Cardoso, A. R., & Zimmermann, T. R. (2020). Masculinidade e sexualidade hegemônica através de grafitos em uma ambiência escolar. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 7(14), 155-175. Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/persdia/article/view/8087