Articulações político-curriculares em torno da curricularização/creditação da extensão num espaço-tempo de formação de professores

Resumo

Este artigo focaliza processos de ressignificação político-curriculares, via análise de dinâmicas constitutivas e constituídas no/do contexto de (re)formulação e atualização curricular em um espaço-tempo do curso de Pedagogia de uma Instituição de Ensino Superior pública localizada na região norte do estado do Rio de Janeiro. É dada ênfase às articulações e negociações político-curriculares implicadas/operadas em torno da tentativa de promover uma “atualização” em prol da “curricularização/creditação” das atividades extensionistas, mobilizada pela necessidade em atender à exigência apresentada pelo Parecer CNE/CES n.º 608 de 2018 (Brasil, 2018a) e definida pela Resolução CNE/CES n.º 7 de 2018 (Brasil, 2018b). Para isso, são apreciados como materiais empíricos, além do Projeto Pedagógico do Curso, as atas do colegiado e 9 (nove) entrevistas semiestruturadas realizadas com professores/as formadores/as envolvidos/as com as tramas da tecitura político-curricular. Em articulação com perspectivas discursivas do campo teórico do currículo, como as de Lopes e Macedo (2011), Dias (2016) e Lopes (2018) que se apropriam da teoria do discurso laclauniana, defendo que as políticas curriculares sofrem processos complexos de ressignificação no/pelo espaço-tempo do curso cotejado, como processos de tradução, que geram significados, como práticas de subjetivação. Argumento ainda que a proposta pedagógica do curso constitui momento em que são articuladas demandas heterogêneas que aglutinam sentidos políticos e curriculares resultando em um consenso provisório e conflituoso em torno do que venha a ser “curricularização/creditação” da extensão na formação do/a Pedagogo/a e currículo.