Gênero, biopolítica e relações de poder: a fundamentalidade de políticas públicas de educação para mulheres
Resumo
Abordamos questões de gênero e biopolítica, relacionando-os e estabelecendo as políticas de educação como mecanismos de empoderamento feminino diante das relações de poder. Revisitamos a história das mulheres na sociedade e o domínio exercido pelo Estado ao longo do tempo sobre a comunidade feminina, limitando e impedindo seu acesso à espaços fundamentais, em momentos decisivos na construção social. Por meio de políticas educacionais é possível resguardar as mulheres, promovendo sua afirmação enquanto sujeitos proativos socialmente. Neste ensaio teórico, propomos uma reflexão sobre o papel das políticas na articulação e execução de ações direcionadas ao acesso à educação pelas mulheres. Consideramos essencial o incentivo à organização feminina, conscientização da história de exclusão e submissão social, e com isso, a articulação de movimentos em prol dos direitos e defesa das conquistas das mulheres, para exigir do ente estatal políticas públicas educacionais contributivas e efetivas quanto ao seu acesso à educação e profissionalização.
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