Homens de Ferro e Mulheres de Aço: A Resistência Negra nos Livros Didáticos de História

  • André Luís Souza de Carvalho

Resumo

O artigo visa discutir a função social e política do livro didático de História como ferramenta pedagógica na construção da identidade étnico-racial e no fortalecimento da auto-estima do discente. Propomos que o livro didático de história apresente uma narrativa da resistência negra, a partir da ótica do escravizado. Com tal objetivo utilizarei como referencial: Carlos Líbano Soares, Flávio Gomes, João Reis, Sidney Chalhoub e Ubiratan Castro, que privilegiam as vias e percursos dos sujeitos – individual ou coletivamente para alcançar sua liberdade. Artigos da revista Afro-Ásia e livros como: Cidades Negras possibilitarão a apresentação dos percursos dos escravizados no processo de ressignificação do cativeiro e da liberdade, para que possam agir como referencial positivo na identificação do indivíduo com a escola. As reflexões na seara da antropologia social vão com base em Clifford Geertz, Richar Price e Sidney Mintz, pois revelam conceitos relevantes para a compreensão da cultura de resistência negra, que se manifestava enquanto movimento social, durante a escravidão. Em educação as principais referências são: A Discriminação do Negro no Livro Didático e Desconstruindo a Discriminação do Negro no Livro Didático, suportes teóricos da pesquisa sobre a Resistência Negra nos Livros Didáticos de História.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

André Luís Souza de Carvalho

Instituição: Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade.

Referências

BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. SP. Contexto, 1998.

CASTRO, Ubiratan. Sete Histórias de Negro. EDUFBA, 2007.

CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis: historiador. Companhia das Letras, 2003.

__________________.Visões da Liberdade: um história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo. Companhia das Letras, 1990.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro. LTC, 2008.

GOMES, Flávio dos Santos. Histórias de quilombolas: mocambos e comunidades de senzala no Rio de Janeiro, século XIX. Ed. São Paulo, Companhia das Letras, 2008.

GOMES, Flávio dos Santos; REIS, João José. Liberdade por um fio: história dos quilombos no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 2008.

JAMES, C.L.R. Os Jacobinos Negros: Toussaint L’Ouverture e a revolução de São Domingos. São Paulo, Boitempo, 2007.

MINTZ, Sidney W.; PRICE, Richard. O nascimento da cultura afro-americana: uma perspectiva antropológica. RJ, Pallas: Universidade Cândido Mendes, 2003.

REIS, João José. Domingos Sodré, um sacerdote africano: escravidão, liberdade e candomblé na Bahia do século XIX. São Paulo. Companhia das Letras, 2008.

_____________. Rebelião Escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. São Paulo. Companhia da Letras, 2003.

SILVA, Ana Célia. A discriminação do negro no livro didático. EDUFBA, 2004.

_______. Desconstruindo a discriminação do negro no livro didático. EDUFBA, 2004.

SOARES, Carlos Eugênio Líbano. A capoeira escrava e outras práticas rebeldes no Rio de Janeiro (1808-1850). Campinas SP; Editora da UNICAMP, 2004.

SOARES, Cecília Moreira. As ganhadeiras: mulher e resistência negra em Salvador no século XIX. Afro-Ásia, n°17 (1996).

Publicado
2016-11-01
Como Citar
Carvalho, A. L. S. de. (2016). Homens de Ferro e Mulheres de Aço: A Resistência Negra nos Livros Didáticos de História. InterMeio: Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Educação - UFMS, 18(35). Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/intm/article/view/2385