Indicadores de qualidade e a regulação dos sistemas de ensino: a personi) cação da racionalidade tecnológica no quadro da ampliação do papel do professor
Resumo
Este artigo trata dos indicadores de qualidade em educação no contexto das políticas educacionais formuladas a partir dos anos 1990. A elaboração de tais indicadores contribuiu para a definição dos parâmetros que passaram a vigorar nas práticas de avaliação educacional e considera-se que significaram um passo decisivo na direção de incrementar novos modos de regulação e controle sobre a escola e o professor. São destacados alguns dos princípios e fundamentos
teóricos e metodológicos orientadores da elaboração e aplicação de indicadores de qualidade em educação. Para realizar tal tarefa, utilizou-se das contribuições de Marcuse, Horkheimer e Adorno, principalmente seus escritos sobre a racionalidade tecnológica e o conceito de formação. Os indicadores de qualidade estão diretamente relacionados com a tendência histórica da cisão entre
o indivíduo e o aparato institucional e tecnológico produzido pelos próprios homens e sua utilização expressa que a organização burocrática das instituições as torna cada vez mais independentes das necessidades e potencialidades humanas, o que não significa que interesses particulares não se sobreponham sobre os coletivos.