Percepções de universitários sobre ganhos e prejuízos no uso de dispositivos móveis de comunicação em atividades de estudo

Resumo

O uso frequente das tecnologias digitais, principalmente dos smartphones, gera implicações em diferentes campos, como o da educação. Este artigo reúne dados de pesquisa que buscou identificar percepções de estudantes do ensino superior sobre o uso de dispositivos móveis de comunicação em suas atividades de estudo, no que se refere aos ganhos e prejuízos observados por eles quanto a esse aspecto. O estudo dialoga com referenciais teóricos da psicologia sócio-histórica, com foco nas relações entre comunicação e cognição. De caráter qualitativo, a pesquisa teve como procedimentos metodológicos a aplicação de entrevistas semiestruturadas a 20 estudantes de seis cursos de graduação de uma universidade federal. Os dados produzidos foram submetidos à análise de conteúdo e indicam que os estudantes valorizam a aprendizagem entre pares mediada pelos dispositivos móveis de comunicação e reconhecem ganhos advindos das interações em ambientes virtuais. Por outro lado, apontam o uso destes dispositivos como fonte de distração durante o estudo ou como possibilidade de fuga em situações desinteressantes, entediantes ou incômodas em sala de aula.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Daniela de Oliveira Pereira, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Mestra em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio – 2018). É jornalista na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Mirna Juliana Santos Fonseca, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Doutora em Educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio – 2019) e vice-coordenadora do Grupo de Pesquisa Educação e Mídia (Grupem). É bolsista do Programa Faperj Pós-Doutorado Nota 10 no Departamento de Educação da PUC-Rio.

Referências

ABREU, Cristiano Nabuco et al. Dependência de Internet e de jogos eletrônicos: uma revisão. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, 2008, v. 30, n. 2, p. 156-167. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbp/a/T8y3pYpXy7wWj9v6DRdRxfR/#. Acesso em: 10 jan. 2024.

ALCALÁ, Zurisadai. Zavala. Uso de las TIC de los estudiantes universitarios: ventajas y desventajas. In: GONZÁLEZ, Rocio Lopez; HERNÁNDEZ, Denise Hernández y; SANTOS, Alfonso Javier Bustamante. Las tecnologías digitales en los contextos educativos: la voz de los estudiantes. Córdoba: Editorial Brujas, 2017. p. 61-80.

ALEVIZOU, Giota. Da mediação à datificação: teorizando tendências em evolução nas mídias, tecnologia e aprendizagem. In: FERREIRA, Giselle Martins dos Santos; ROSADO, Luiz Alexandre da Silva; CARVALHO, Jaciara de Sá. Educação e tecnologia: abordagens críticas. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, 2017. Disponível em: https://ticpe.files.wordpress.com/2017/04/ebook-ticpe-2017.pdf. Acesso em: 14 dez. 2023.

ALSADOON, Hamadah. Use of cell phones in education at King Saud University in the Kingdom of Saudi Arabia. 2012. Tese (Doutorado em Educação) – The Patton College of Education, Ohio University, 2012. Disponível em: https://etd.ohiolink.edu/acprod/odb_etd/ws/send_file/send?accession=ohiou1353509728&disposition=inline. Acesso em: 10 nov. 2023.

BANNELL, Ralph Ings et al. Educação no século XXI: cognição, tecnologias e aprendizagens. Petrópolis: Vozes, 2016.

BANNELL, Ralph Ings. Uma faca de dois gumes. In: FERREIRA, Giselle Martins dos Santos; ROSADO, Luiz Alexandre da Silva; CARVALHO, Jaciara de Sá. Educação e tecnologia: abordagens críticas. Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, 2017. Disponível em: https://ticpe.files.wordpress.com/2017/04/ebook-ticpe-2017.pdf. Acesso em: 14 jan. 2024.

CETIC.BR. Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR. Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros: pesquisa TIC Domicílios, ano 2023: tabelas. Disponível em: https://cetic.br/pt/arquivos/domicilios/2023/domicilios/#tabelas. Acesso em: 12 dez. 2023.

CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber às práticas educativas. São Paulo: Editora Cortez, 2013.

DAMIANI, Magda Floriana. Entendendo o trabalho colaborativo em educação e revelando seus benefícios. Revista Educar, Curitiba: Editora UFPR, n. 31, p. 213-230, 2008.

DOURADO, Carmen Dulce de Britto Freire. A percepção de jovens universitários sobre o uso do celular: potencialidades e fragilidades para a aprendizagem em sala de aula. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Católica de Brasília. Brasília, 2015. 113 p. Disponível em: https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/bitstream/tede/1959/2/CarmenDulcedeBrittoFreireDouradoDissertacao2015.pdf. Acesso em: 1 nov. 2023.

FUNDAÇÃO TELEFÔNICA. Juventudes e Conexões. 3. ed. São Paulo: Fundação Telefônica Vivo, 2019. Disponível em: https://www.fundacaotelefonicavivo.org.br/wp-content/uploads/pdfs/juventudes-e-conexoes_educacao.pdf. Acesso em: 13 nov. 2023.

GIKAS, Joanne; GRANT, Michael. Mobile computing devices in higher education: student perspectives on learning with cellphones, smartphones and social media. Internet and Higher Education,v. 19, p. 18-26, 2013. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science/journal/10967516/19. Acesso em: 2 dez. 2023.

GREENFIELD, David. As propriedades de dependência do uso de internet. In: YOUNG, Kimberly; ABREU, Cristiano Nabuco de. Dependência de internet: manual e guia de avaliação e tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2011.

HUTCHINS, Edwin. Distributed cognition. In: The International Encyclopedia of the Social and Behavioral Sciences. 2001. p. 2068-2072. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B0080430767016363. Acesso em: 13 nov. 2023.

JOHN-STEINER, Vera; SOUBERMAN, Ellen. Posfácio. In: VYGOTSKI, Lev Semyonovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 182 p.

KAIESKI, N.; GRINGS, J. A.; FETTER, S. A. Um estudo sobre as possibilidades

pedagógicas de utilização do WhatsApp. Revista Renote – Novas Tecnologias na Educação. Porto Alegre: Cinted/UFRGS, vol. 13, n. 2, 2015. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/renote/article/view/61411/36314. Acesso em: 6 dez. 2023.

KASTRUP, Virgínia. A aprendizagem da atenção na cognição inventiva. Psicologia & Sociedade, v. 16, n. 3, p. 7-16, 2004.

LIVINGSTONE, Sonia. Internet literacy: a negociação dos jovens com as novas oportunidades on-line. MATRIZes, v. 4, n. 2, p. 11-42, jan./jul. 2011. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/matrizes/article/view/38290/41112. Acesso em: 2 nov. 2023.

LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Desafios culturais da comunicação à educação. Comunicação & Educação. São Paulo: ECA/USP, n. 18, 2000. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36920/39642. Acesso em

nov. 2023.

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. Tradução de Décio Pignatari. 15. reimpr. São Paulo: Cultrix, 2007. 407 p.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygostky: aprendizado e desenvolvimento - um processo histórico. 4. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1998. 111 p.

PRESTES, Zoia Ribeiro. Quando não é a mesma coisa: análise de traduções de Lev Semionovitch Vigotski no Brasil: repercussões no campo educacional. 2010. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2010. Disponível em: http://icts.unb.br/jspui/bitstream/10482/9123/1/2010_ZoiaRibeiroPrestes.pdf. Acesso em 25 nov. 2023.

PINO, Angel. A interação social: perspectivas sócio-históricas. Ideias, São Paulo, n. 20, p. 49-58, 1993.

REGIS, Fátima; TIMPONI, Raquel; MAIA, Alessandra. Cognição integrada, encadeada e distribuída: breve discussão dos modelos cognitivos na cibercultura. Comunicação, Mídia e Consumo, São Paulo: ESPM, ano 9, v. 9, n. 26, p.115-134, nov. 2012.

SANCOVSCHI, Beatriz; KASTRUP, Virgínia. Práticas de estudo contemporâneas e a aprendizagem da atenção. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 1, p. 193-202, 2013.

SERRA, Joaquim Paulo. Manual de Teoria da Comunicação. Covilhã: Universidade da Beira Interior, 2007. 203 p.

SIMMEL, Georg. Questões fundamentais da sociologia: indivíduo e sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2006. 120 p.

SILVA, Analigia Miranda da. Apropriações sociais e formativas das tecnologias digitais por adolescentes e suas relações com o ensino e aprendizagem na escola. 2016. Tese (Doutorado em Educação) - Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, Presidente Prudente, 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/items/952907a2-cda2-4930-b67d-7ba87c51860f. Acesso em: 6 dez. 2023.

SILVA, Thayse de Oliveira; SILVA, Lebiam Tamar Gomes. Os impactos sociais, cognitivos e afetivos sobre a geração de adolescentes conectados às tecnologias digitais. Psicopedagogia, v. 34, n. 103, 2017. Disponível em: http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/520/os-impactos-sociais-cognitivos-e-afetivos-sobre-a-geracao-de-adolescentes-conectados-as-tecnologias-digitais. Acesso em: 13 nov. 2023.

UNESCO. Policy guidelines for mobile learning. Paris: UNESCO, 2013. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002196/219641E.pdf. Acesso em: 2 dez. 2023.

UNESCO. Global education monitoring report 2023: technology in education – a tool on whose terms? Paris: UNESCO, 2023a. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000385723. Acesso em: 2 dez. 2023.

UNESCO. Resumo do Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023: tecnologia na educação: Uma ferramenta a serviço de quem? Paris: UNESCO, 2023b. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000386147_por. Acesso em: 2 dez. 2023.

Publicado
2024-06-28
Como Citar
de Oliveira Pereira, D., & Santos Fonseca, M. J. (2024). Percepções de universitários sobre ganhos e prejuízos no uso de dispositivos móveis de comunicação em atividades de estudo. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 11(27), 331-351. https://doi.org/10.55028/pdres.v11i27.20148