Chamada para publicação 2025 — ANA-LÉTICAS DAS DIFERENÇAS
Contra um conceito dualista de sujeito, Enrique D. Dussel em Método para uma filosofia da libertação: superação analética da dialética hegeliana (1986), como bem frisa o próprio título do livro, discute “um” método de desrupção descolonizado ana- lético contrário ao pensamento dual dialético que acerca toda a produção filosófica ocidental sobre o sujeito e suas práticas culturais (de artes, culturas e conhecimentos) por meio da ideia de que o pensar filosófico – o pensar-sendo ou um filosofar-sendo – não é exclusividade de sujeitos que nasceram em tempo e geografia históricos específicos, menos ainda restrito a homens brancos, de classe alta, falantes de línguas hegemônicas e crentes de fés cristãs, quando muito descendentes, e restritos aos europeus. Entendendo que o autor pense a partir de uma filosofia da libertação, esta chamada ANA-LÉTICAS DAS DIFERENÇAS compreende que pensar-sendo ana-leticamente não está restrito ao ato de filosofar, sendo filosofia como bem aceitamos em nosso contexto ex-colonial e de colonialidades (Quijano), mas é, igualmente, e também deve ser obrigação das reflexões que se querem descolonizadas acerca das Políticas,Direitos e Democracias, Disciplinas e Práticas Culturais, mas também obrigação de Teorias, Críticas e Histórias das artes (nas suas múltiplas linguagens: literárias e de linguagem, visuais, cênicas, performáticas, musicais, entre outras); do mesmo modo obriga reflexões filosóficas outras aos Estudos Comparados, Estudos Culturais, Epistêmicos ou Paradigmas, teóricos e/ou críticos, que não buscam reforçar tradições canônicas e/ou supostamente universais de perspectivas exclusivistas; assim como às Epistemologias, Saberes e Pensamentos indígenas, africanos, asiáticos que não buscaram assimilar-se aos projetos e pensamentos filosóficos globais ocidentais; bem como de pessoas que têm por suas óticas outras de mundo percepções e pensamentos (filosofares) ana-léticos que a Universidade e a Escola, bem como as Instituições Sistêmicas Oficiais (Museus, Associações, Fundações, entre outros) insistem em desconsiderar. Por fim, convidamos a todas as pessoas comprometidas com a ideia possível de con-viver, por meio de um pensamento descolonizado como ana-lético, nas diferenças em um mundo melhor – e que não seja uma mera alternativa dentro da dialética de mundo civilizado e de desenvolvimento por meio do progresso a qualquer custo, ocidentais (Acosta) –, a submeterem suas reflexões, pensamentos e filosofias ANA-LÉTICAS DAS DIFERENÇAS aos “Cadernos de Estudos Culturais (2009)” (Edição 31, a sair em 2025) que sempre buscaram evidenciar diferenças culturais nas culturas das diferenças.
Recepção de texto - a partir de 01/11/2024
Prazo de submissão: 30/08/2025
Previsão de publicação: 15/12/2025
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